sábado, 29 de maio de 2010

Lírtio

LÍRIO!
Lírio lítio lírio
lítio
alucinação
perdição
divindade
lírio
lírico
lírio, propínquo do estranho
arreganho
lírio, propínquo do estranho; arreganho?

A beleza dela é brutal e a ausência de espinhos cheira estranho
como cheira estranho, não cheira - por isso mesmo arreganha
brota abrupta cheiro de dor
a dor que mais parece flor indolor
A sede de brilho refrata em interlúdio de cores
Planta estátua comovente
Irreparável escultora de movimentos
repassa vida por mais de sete mil amores
cheia de rancores falta de cheiros e lembranças de dores
Cheia de elegância, colorindo temporais com a essência da fragrância
e destruindo o distúrbio da própria destruição.
- nada!

Eu-lírio ao desfrutar o paradoxo
morro de amores e de inconclusões
Morro de dores e de interrupções
erupções em minha mente e na minha confusão
- que dor!

Ereções dementes repleta de soberba, que alírio!
refaça a perplexidade de mim e me alírie
- não.

Camila Fraga e Ian Lasserre, 26 de maio de 2010.

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